domingo, 24 de fevereiro de 2013

Friday bloody friday

Sexta feira, tudo aponta para um final de semana normal. Papá acordou de madrugada e foi trabalhar. Nós dormíamos. Acordámos à hora normal, enquanto eu me arranjava tu, como sempre, vias televisão na nossa caminha (isto quando já não dormes). Mamã prontinha, parte para preparar o filho. Pimpolho vestidinho, fui para a cozinha preparar o pequeno almoço, enquanto filho acabava de ver um episódio do Jake e os Piratas. Acabou e filho decide, naturalmente, dirigir-se para a cozinha para se alimentar. Começo a ouvir uns gemidos, misturados com uns "aiiissss" e choro a ameaçar chegar. Fui ter com ele, estava no início do corredor, a dizer que lhe doía muito a perna e não a punha no chão. O miudo estava bloqueado sem conseguir dar passo. Massagei a perna e pareceu melhorar. Foi sozinho para a sala (sala e cozinha são 1 só). Sentou-se na mesinha dele. Comeu e quando se levanta outra vez o mesmo cenário... massagei novamente e melhorou. Aquilo não me estava a parecer nada bem. Fomos para a escola e avisei a educadora. Pedi-lhe que me ligasse se não passasse nas próximas horas ou se achasse que estava a piorar. Fui para o trabalho, angustiada com aquilo. Liguei ao papá a pedir para que quando saísse do trabalho passasse na escola para ver como estava filho-lindo. Nisto, a meio da manhã estava eu no meu local de trabalho, no meu computador quando começo a ver as coisas às ondinhas. Parei, tirei os óculos, esfreguei os olhos e nada. Enconstei-me, fechei os olhos uns minutos... abri... igual. A coisa não estava a melhorar até pelo contrário, parecia que ia piorando devagarinho. Decidi ir para casa descansar. Cheguei a casa deitei-me automaticamente no sofá, fechei os olhinhos e quando os abri tinha passado. Deitar foi remédio santo. Continuei deitadinha e 15 minutos volvidos aproximadamente, chegam pai e filho. Filho não estava nada bem tadinho. Papá chegou na altura certa à escola... a educadora diz que foi transmissão de pensamento porque ia ligar nesse preciso momento. Papá mediu-me a tensão, estava ligeiramente baixa, pelo que presumimos que possa ter sido uma quebra de tensão. Mas está registado para falar com a médica (não é a primeira vez que isto acontece). Bom decidimos almoçar antes de ir para o hospital com filho-querido, para não andarmos stressados depois com comida. Lá fomos. Entrou para a triagem com o pai. Decidimos que ficaria eu cá fora. Uma vez que só pode entrar um, logicamente teria que ser o pai. Filho não anda, tem que estar sempre ao colo e eu, no meu estado de graça, não convém, nem consigo durante muito tempo. Para além do mais pensámos que possivelmente teria que ir ao rx e também não poderia ser eu a acompanhá-lo. Portanto pai acompanhá-lo-ia no processo todo. Foi a primeira vez que não fui eu. Não gostei e fiquei triste. Gosto de ser eu a explicar, a ouvir. Mas papá esteve muito bem, fiquei muito orgulhosa. Na triagem a enfermeira torceu o nariz à perninha do "príncipe dos olhos azuis", como o apelidou... aquilo que pensávamos que pudesse ser um jeito qualquer (andou a correr e a atirar-se para  chão no dia anterior no trabalho do pai), ela achou que pudesse ser uma coisa mais séria. Foi-lhe atribuída a cor laranja... ia ser visto brevemente, e realmente foi chamado poucos minutos depois. Pai disse-me que foi ele que explicou tudo à sra. enfermeira na triagem... contou tudinho e papá não teve que fazer grandes ajustes... um homenzinho portanto. Depois de serem consultados e feitos alguns exames, vêm ter comigo para me dar notícias e dizer que iam agora ao rx. Filho chega perto de mim com a mão azul e branca (foi o que me saiu à vista) e a dizer que era o homem aranha. Era um cateter que utilizaram para tirar sangue. Eu dramática como sou, começo logo a fazer grandes filmes "e porque é que lhe puseram um cateter" "deve ser grave, senão tinham tirado só sangue... porque é que isso ficou?" "vai ficar internado", "mas o que o médico disse???". Estava inconsolável, apesar da boa disposição do filho. Pai, sempre calmo, tentava acalmar-me, parecia eu a criança. já que filho se portou exemplarmente segundo o pai. Só chorou e pouco, quando o picaram. Lá foram para o rx e voltaram para perto de mim até serem chamados novamente para se saber o resultado dos exames. Lá me acalmei e filho acabou por adormecer ao meu colo. Foi chamado algum tempo depois e lá foram os dois. Eu, morta de ansiedade, tentava controlar-me, até que por uns minutos me abstraí mesmo a tentar ajudar um pai que estava sozinho com o filho de um ano mais ou menos que não parava de tossir e vomitar... o senhor tentava desdobrar-se em mil, com filho ao colo, mais um liquido que lhe tinha que dar de 5 em 5 minutos, no meio tinha que ir à casa de banho com o miúdo, mas queria levar o telemóvel e as coisas de valor... nunca se sabe quem está ao nosso lado, é verdade. E ofereci-me para ajudá-lo, coitado, começou automaticamente a agradecer e a desabafar comigo... devo ter escrito na testa a profissão que exerço... ou as pessoas adivinham. Brincadeirinha... foi uma reacção normal do homem... isso ou dizer que não precisava de ajuda. Pronto. Passado algum tempo e já numa fase mais calma do rapazinho de um ano, sai pai-lindo e filho-fofo. Dei um salto da cadeira. "Já não traz o cateter", observei logo. Diagnóstico... infecção respiratória alta e sinovite transitória da anca. Ficámos admirados com a infecção respiratória. O certo é que era assintomática mas todos os sintomas poderiam aparecer ainda e a qualquer momento (até ver, não se manifestaram). Como já está a ser medicado talvez não apareçam, mas viemos com o aviso que pode acontecer. Quanto à perna, indicações de muito repouso (how, my god how???), vigilância e anti-inflamatório. Despedi-me do senhor do menino pequenino e viemos embora. Papá diz que fiz muitos amigos. Filho acordou no dia seguinte como novo... a sentir-se como novo aliás. E agora como fazê-lo ficar de repouso. Big task!! Agora é pôr a cabecinha a trabalhar e pesquisar ideias para fazer actividades não físicas com ele em casa na próxima semana. Já estipulei algumas, mas faltam mais... ajudas portanto são sempre bem vindas ;)
Next drama... "Já não sou o homem aranha!!!!", mas com dramas destes posso eu bem... venham muitos destes e o mínimo ou nenhum, de preferência, dos de cima.
Já conto... já conto!

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